“vem, presta atenção que a água, em sua verdade,
nunca é doce
: antes é o gosto de mar
que amarga as horas
que aninha as carnes à salga, que nos embala num marulho sujo”.
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“Mal me reconheço, mas a voz é idêntica, abafada, microfonada,
aqui já não sou“
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– trechos de A Quarta Pessoa, poema explorado pela artista Renata Roman.
O poema consta em “Nós que Adoramos um Documentário“.
No dia de meu aniversário de 33 anos, data atribulada, participei da 30ª Bienal de Arte de São Paulo – dentro do programa “Paisagens e Poéticas”, produzido pela Renata Roman, que compõe a programação da Mobile Radio dos artistas Sarah Washington e Knut Aufermann.
Não sei muito explicar como foi, mas foi algo de maravilhoso. Um programa tranquilo, com árvores, água, o ruído surdo da cidade ao fundo. Tem instantes que são assim. Um espaço de calmaria dentro do turbilhão. Vai entender. Presença da Néle e da Verena. Café e andanças com a Paty pela Bienal.
Aos poucos, pelo programa Paisagens Poéticas apresentam-se outros poetas convidados – a Juliana Bernardo levou os ouvintes à Vila Maria. O Jarbas Capusso nos guiará até a Praça Roosevelt. Aos poucos, pelos ares um traçado sonoro vai se costurando, um mapa invisível sobre mapa concretado.
Próximo programa:
12 de outubro, sexta-feira, das 15 às 16 horas
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PODCAST | Por contaminação muy agradecida, montei um pequeno podcast. Gravado quando me dá na telha, voz acompanhada da caixinha de música que ganhei de feliz aniversário da Renata. É bom envelhecer assim.
Para ouvir, clique aqui: http://soundcloud.com/anarusche