Divirta-se! A escrita como deveria ser

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Diário de campo: hipótese, divertir-se e assim manter um blog?

Ao longo deste ano, mais de uma vez, me peguei refletindo: qual o motivo d’eu ter tanta dificuldade em escrever postagens no blog?

Explico. Durante um tempo, na época em que se usava o Orkut ou ainda antes, uma das grandes diversões de minha vida era justamente ter um blog. Adorava escolher foto, ficava horas programando o cabeçalho, mesmo que fosse bastante comum dar a maior merda, sair tudo do ar e o resultado final ser medonho. Sobre os assuntos, narrava algum acontecido, falava alguma besteira, mandava recado, essas coisas. Se pingasse um comentário, genial. Se não, tudo bem, sabia que alguém lia do outro lado e bastava. Tinha um imenso prazer na atividade. Algo terapêutico e feliz.

Em 2017, fiz várias tentativas de retomada. Esbocei calendário de assuntos. Listas de ideias para escrever, formatos de postagens interessantes. Entretanto, aquela luzinha da diversão não piscava. Parecia uma obrigação chata, sabe?

Hoje tive uma grande sacada. Não sei se será a correta, mas pode ser uma boa pista com o bode. Estou lendo um livro bem legal da Brené Brown, com o título A Arte da Imperfeição: Abandone a pessoa que você acha que deve ser e seja você mesmo. A pesquisadora é engraçada, assume seus milhões de erros, dúvidas, descobertas e dá uns bons conselhos. Gosto de ler livros assim, tenho lá a meta de procurar uma vida mais reflexiva. Acabam sendo um convite para balanços necessários, uma paradinha gostosa no final de um dia.

Have fun! É isso que me falta! Travei em escrever aqui, pois achei bobagem o tempo que perdia com o blog. Ainda, depois de fazer pesquisas muito extensas e trabalhar com assuntos muito sérios, efeito colateral do doutorado, fiquei hesitante em assumir novamente o lado do erro, da tentativa, da desimportância. Fora outras coisas bizantinas, como SEO, índices de acesso, tudo rastreável, identificável (muitas vezes a gente nem quer que o texto seja encontrado, mas publica mesmo assim, nesta louca e paradoxal mágica do impulso da escrita). Por fim, as redes sociais funcionam como lupa, parece que tudo que você escreve precisa estar lindo-maravilhoso-coerente. Assusta.

Será que a gente não pode escrever como quem sai de pijama para ir à padaria? Sem pentear cabelo, sem ligar para o chinelo? Escrever algo divertido, dar umas duas revisadas e voilà?

Farei um experimento em prol de me divertir mais. Have fun, como se diz aqui. Aliás, adoro que novayorkinos te perguntam se você está having fun para tudo: de comida a atividade física, de como vai o trabalho até como foram as férias.

Também procurarei ler a respeito de “brincar”. A gente vai se engessando e arrepia ao ver palavras tão simples.

Quem sabe? Anotei aqui a hipótese neste diário de campo.

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