O tema ainda são os exercícios criativos. Faz tempo que queria retomar o blogue faltava este fio, essa desculpa. Olha, por aqui deste lado, ocorreu um transbordamento de alegria. Pessoas que encontrei por aí vieram me dizer “olha que vou fazer”. Outras me escreveram animadas, enviando textos. Que bom, fico feliz.
Por sugestão da Marília via facebook, decidi reunir alguns resultados – são apenas trechos, sim? Assim, dá vc pode visitar outros blogs e tudo o mais. Até pq ler presume o desejo de amplificar.
Livros conversam entre si muito mais do que pensamos. Quando olho minha gaveta gigantesca com livros de poesia, sei que eles estão ali batendo papo. Algo muito mais perceptível ocorre com blogs, pq eles deixam rastros de luz com hiperlinks. Aqui vão alguns desses rastrinhos.
TRECHOS DE RESPOSTAS AO EXERCÍCIO Nº 1
“Sem pressa, como quem sabe exatamente aonde vai. Sem pressa, como o peregrino, que acompanhado de fé, sabe que o caminho é tão ou mais importante do que chegar. Ou que sabe que chegar não é o fim. Gostaria de me livrar da urgência de dizer algo rapidamente para que alguém entenda, para que alguém ouça, enxergue ou toque algo que eu pude por um momento vislumbrar, intuir ou adivinhar” – Renata Corrêa
“E eu sentei aqui para destrinchar esse processo em palavras, como se fosse uma cantilena de dormir, ou um mantra, que eu quisesse cantar para mim mesma todos os dias. É um bálsamo ter contato com tantos escritores nesses dias tumultuados de jorros de informação, ajuda a entender como eu mesma funciono como me ponho no mundo como artista”. Vanessa Guedes Garcia
“de-sem-ba-ra-ça-da-men-te. soltar os cabelos na praça de alimentação, à espera de; viver seria essa coluna ereta, essa nuca fresca, viver seriam os cachos que derramavam, de-sem-ba-ra-ça-da-men-te. como quem trabalha sem precisar, como quem tem prazer em comer saudável, quem corre por vontade própria, quem rola na grama com as amigas. como quem caminha longe da culpa. como quem aprende a surfar sozinha, quem cozinha a noite para si, quem transa com emoção e sem apego”. Tarsila Mercer de Souza
“O problema é que meu texto mais honesto consistiria em “Que nem o Rubem Braga”, e o exercício acabaria em menos de 30 segundos. Ao menos, ganharia pontos pela concisão”. Vevê Mambrini
“Que a letra fosse como o segundo ato de Giselle, a morte do cisne, a Valsa das Flores, como uma coreografia de Deborah Colker, um improviso de Baryshnikov, um dueto com Fred Astaire. Gostaria de escrever como quem desloca o ar, seja no palco, seja no peito”. Luciana Nepomuceno
“eu queria escrever com tempo.
mentira. sem tempo.
é isso que eu queria:”
“Gostaria que meus textos fossem como fotografias antigas que quando revemos puxam do fundo da mente, memórias do que vivemos em outros tempos, lembranças que guardamos e depois esquecemos, sentimentos que ficam empoeirados nos recantos mais profundos de nós mesmos.
Gostaria que meus textos fossem reencontros de mim hoje, com essas que fui em outras épocas, com outras que ainda não ousei ser”. Liliane Gusmao
– Inspiradoras as descrições, não?
Se tiver escrito uma resposta, me avise (ana-erre-ela-mesma ensaiou várias e não respondeu nada).
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[Ainda] Discutindo essa série, recebi um convite do Sérgio Tavares Filho: “também tenho um “programa” toda sexta-feira. Acho que saber que você também o faz me motiva a mantê-lo em dia. Meu foco é mais de análise” – você pode ler a série dele aqui.