sobre o ancoradouro de navios no espaço

sobre o ancoradouro de navios no espaço

recados vencidos e
livros encomendados não prestam
pois o amor é um homem que carrega flores
e todos o olham
desde 1929 aguardo o telefonema
para que me rasgue esse pijama rosa
esculpa cicatrizes nessa boca de sorrisos
esmaltada em rótulos te espero
nas mãos desejo e nos pés fada
para esvoaçar por teus olhos pela luz rara dos loucos
a noite foi me atirar a outras carniças
empapar a face de máscaras, um olho e o outro
pé e o outro, descalços pés na calçada

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o amor não se encomenda
flores nunca foram para mim

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(publicado em Sarabanda, 2a edição pode ser encontrada no site da Ed. Patuá)

sobre o ancoradouro de navios no espaço
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